16 de julho de 2010

Toma-me ao menos Na tua vigília. Nos entressonhos. Que eu faça parte Das dores empoçadas De um estendido de outono De estar ali e largar-se Da tua vida. Toma-me Porque me agrada Meu ser cativo do teu sono. Corporifica Boca e malícia. Tatos. Me importa mais O que a ausência traz E a boca não explica. Toma-me anônima Se quiseres. Eu outra Ou fictícia. Até rapaz. É sempre a mim que tomas. Tanto faz. Hilda Hilst, em Cantares