Perder doi mesmo. Não acredito em poses e posturas. Acredito em afetos. A dor incomoda. Agora sei que não preciso realizar nada espetacular.O essencial é que estou vivendo sem imposições:que a vida seja desdobramento e abertura. A vida vivida com gosto e dor. Em sua plenitude. Sem algemas...
11 de dezembro de 2010
entre marés
Tenho alguns medos que não cabem em mim, outros não cabem nas minhas palavras e os medos que restaram não cabem em si mesmo. Tenho medos, mas não deixo que eles fiquem caídos rasgando o que há em mim…
Eu tenho em mim sentimentos que não cabem dentro de uma caixa de fósforo.
Tenho em mim palavras que foram arrancadas de meus lábios, palavras que foram usadas ao vento, “sem lenço e sem documento” e muito menos sem acento. Tenho palavras que fui calada, proibida de dizer, e o mais pecador de todo o meu “ter” é quando misturado ao querer sou proibida de sentir.
Um ter e um sentir, tão diversos, tão distantes e tão presentes.
Tenho sentimentos calados, ocultos, guardados. Sentimentos que foram sabotados num dia de revolução. Sentimentos que ficaram presos nas guerrilhas, porque esse tal sentir não é honesto, não é bem quisto, não é visto.
E o que faço com todos eles? - A pergunta fica no ar, e algumas vezes nas palavras rasgadas, expostas, aprisionadas.
Sentimentos que vão para guerra, palavras de quem abre o verbo e se encerra.
O que fazer? Gritar? Chorar? Guardar?
Não posso reprimir o que há em mim… mas, as palavras se encerram, se fecham e vou seguindo pelo mundo, escondendo o meu chorar, o meu pranto e o meu cantar. Porque se eu falar, vou ser jogada nas grades das prisões e serei julgada a ferro e fogo.
Ah palavras, não esconde o meu cantar!
Ah sentimentos, vive por ai, aonde estiver, a luz do luar…
Nenhum comentário:
Postar um comentário