17 de abril de 2011

Fim de semana agitado por aqui. Conheci, na sexta, uma senhora de 78 anos adorável. Eu (quase) agarrei-a. Só não fiz porque , é melhor me comportar . Mas, o que gostei mesmo nesta mulher é que ela teve (vejam só) a audácia de buscar um sonho nesta idade. Foi reconhecida. Ganhou prêmio (destes famosos) e agora pretende viver mais uns dez anos para continuar o seu destino desviado pelos anos passados. Não é legal isto? .Ver alguém com 78 anos (muito mais jovem que moi) com disposição e coragem para dizer: “hei, espera ai senhor sonho! Pode me esperar que vou te alcançar”. É bom começar a semana com esta inspiração. Faz com que a gente não corte os pulsos com Bolacha Maria – pelo menos não antes do meio-dia! :) Meu deu vontade de buscar à laço os meus próprios sonhos. E eu tinha prometido que ia me afastar um pouco de Clarice Lispector. O homem da livraria me disse que só quem tem útero é capaz de entender Clarice. Será? Achei tão engraçado!!! :) A verdade é que ando muito exigente com outras leituras. Quando se habitua a algo que te exige muito (como é o caso de Clarice) tudo o que vem depois fica fácil demais. E, coisa fácil demais me desestimula. E a você? Mas, então, não aguentei e sem querer (hã hã) o livro “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” brotou misteriosamente em minha bolsa. E, lá, tem um trecho que diz assim: “havia algo em seus olhos pintados que dizia com melancolia: desafia-me, meu amor, ou serei obrigada a devorar”. Ás vezes, o que não me desafia, me dá vontade de – literalmente – triturar com os dentes. Seria eu uma reencarnação – ou versão moderna – de um canibal? Nhac! Sei lá. Só sei que o personagem diz assim: “uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida”. Poucas pessoas reconhecem o desafio que é prosseguir Apesar de. Tudo. É este tipo de coisa que me estimula - apesar de. amedrontar e muito. Quando tudo está perfeitinho a coisa desanda. Como equilibrar? Sei lá! Se soubesse eu não teria um blog, né! E, sim, um consultório! Ah sim, falando em mrs. equilíbrio, na minha bolsa, também brotaram outros livros e três albuns remasterizados do Beatles. Ow god. Eu vou à falência. Por que inventam este tipo de coisa, né? Claro, pra gente falir e ir parar no SPC. Só para “engrossar” a massa e os dilemas tupiniquins da classe média. Sai pra lá cruz-credo-ave-maria. Enquanto isso, o domingo continua apesar de. Diga-me, pra você, os “apesar de” da vida lhe incentivam ou te fazem ter vontade de cortar os pulsos com Bolacha Maria? Eu ainda sou bipolar neste assunto e oscilo (e muito).

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