Perder doi mesmo. Não acredito em poses e posturas. Acredito em afetos. A dor incomoda. Agora sei que não preciso realizar nada espetacular.O essencial é que estou vivendo sem imposições:que a vida seja desdobramento e abertura. A vida vivida com gosto e dor. Em sua plenitude. Sem algemas...
19 de março de 2013
(*) Trecho do livro Felicidade, de Eduardo Giannetti.
Todo sofrimento humano, não importa qual seja, resulta de uma incongruência entre a nossa vontade e desejos, de um lado, e o curso dos acontecimentos que nos afetam, de outro.
Como lidar com a discrepância entre aspirações e realidade?
Há dois modos básicos de reduzir ou anular essa incongruência. Um deles é adaptando e moldando os nossos desejos ao curso dos acontecimentos; e o outro é transformando as circunstâncias com que nos deparamos de modo a que atendam aos nossos desejos.
Como as circunstâncias com as quais nos deparamos não estão sob o nosso controle e como o mundo é regido por leis que independem de nossa vontade, só nos resta submeter e adaptar o que está à mercê da nossa vontade, ou seja, os nossos desejos e aspirações, ao curso dos acontecimentos. (*)
Acho que é bem isso. Somos cada vez mais infelizes porque teimamos em querer saciar todas as nossas vontades, desejos e caprichos. Queremos que tudo aconteça do jeito que planejamos e sonhamos, e, quando as coisas fogem do nosso controle (e elas sempre fogem), ficamos emburradinhos.
Desejar é bom. Mas desejar demais pode causar sérios danos ao nosso sistema nervoso e, hoje, vivemos a “tirania do desejo”, vivemos uma época onde somos iludidos pelo “marketing da felicidade plena”, cujo lema parece ser: “Você pode tudo”.
Mentira. A gente não pode tudo, não. A gente pode uma coisinha aqui, outra ali, o resto depende das circunstâncias – essas que a gente não tem como prever e controlar.
Adaptar os nossos desejos à realidade que nos cerca é melhor maneira de escapar – ou ao menos diminuir – esse sentimento de incompletude que nos atormenta. Não é se conformar com o que você tem ou é, e passar a existência com a cara na lama. É desejar de acordo com as oportunidades que vão surgindo nas nossas vidas.
Usaríamos menos ansiolíticos se aceitássemos as nossas impossibilidades.
(*) Trecho do livro Felicidade, de Eduardo Giannetti.
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