Perder doi mesmo. Não acredito em poses e posturas. Acredito em afetos. A dor incomoda. Agora sei que não preciso realizar nada espetacular.O essencial é que estou vivendo sem imposições:que a vida seja desdobramento e abertura. A vida vivida com gosto e dor. Em sua plenitude. Sem algemas...
19 de setembro de 2010
SALTO A SECO
Me pari. Face a face. Face a faca. Olhei no espelho e não tinha a idade do meu rosto. Tinha nos olhos mil anos luz e mil rugas em cruz.
Nos cantos da boca - o medo do salto. E aquela angustia solta pelo corpo. Angustia de boneca quebrada.
Há momentos na vida em que, partidos ao meio, não dá para adiar, tem que ser pra já.
Saltei!
E fui juntando os restos de mim mesma como a florista que tenta reunir num ramo as rosas amarelas inacessíveis.
Renasci iluminada. Sem muletas.
Um a um, fui furando os balões coloridos dos meus sonhos ruins. E as bolas murchas na mão eram como pedaços de pele arrancados à minha fantasia.
A realidade não doi, Elzinha! Ela é vida, movimento, dialética, A realidade é o meu momento, o teu momento, ali interno, seco e só.
A realidade é como o pão: bom senso!
Eu me seguro, tu te seguras, ele me segura, nós nos seguramos, vós nos segurais, eles não se seguram.
Vou recuperando o universo da minha solidão. Enriquecida depois do salto.
E eu.
Vou ganhando de mim.
Me desafiei e quase me reencontrei inteirinha pacificadada.
Escrito por Elzinha e postado por Aline.
Nenhum comentário:
Postar um comentário